“A tecnologia é um meio e não um fim”
Luís Fernandes, licenciado em Informática pela Universidade Portucalense, encontrou o primeiro emprego na Galp, onde desempenhou as funções de analista e programador. Em 2014 fundou a Decskill, uma tecnológica que já integra o “Inc. 5000 Europe”, o ranking norte-americano que seleciona as empresas privadas de crescimento mais rápido da Europa.
Comunica UPT: Em que momento decidiu criar a sua própria empresa?
Ao longo dos anos, a minha atuação ficou marcada por uma diversificação dos setores de atividade, em empresas de grande dimensão, como a Galp, a Sonae, a EDS ou a Portugal Telecom. As minhas responsabilidades foram crescendo para funções de gestão, o que me permitiu adquirir uma vasta rede de conhecimento, ao nível de decisores, influenciadores e da cadeia de valor do negócio de diferentes setores de atividade. Em 2014 senti que tinha chegado ao topo da minha carreira, como trabalhador dependente, e tinha chegado a hora de me desafiar a mim próprio.
Como avalia o percurso da Decskill?
A Decskill tem um percurso de evolução. Em 2014, conquistámos o primeiro grande cliente na área de ‘outsourcing’ em Tecnologias de Informação, lançámos produtos com base na tecnologia da realidade aumentada e ‘computer vision’ e apresentámos uma oferta de serviços na área de ‘modern agile’. Um ano depois, alargámos a nossa base de clientes e focámo-nos nos setores com maior procura de serviços de ‘outsourcing’ e com baixo risco de crédito. Em 2015, consolidámos a nossa presença junto dos nossos principais clientes e alargámos a base de clientes, no mercado nacional e no mercado externo. Em 2016, continuámos a nossa estratégia de afirmação como empresa especialista de ‘outsourcing’ e constituímos a Decskill Espanha com o objetivo de reforçar a presença no mercado espanhol. Este ano, a empresa deve alcançar um volume de negócios próximo dos 8 milhões de euros.
Em que áreas a empresa se tem mais destacado?
A Decskill tem-se destacado nos setores das telecom´s, banca e ‘utilities’ e em geografias como Portugal, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Qual foi o momento mais determinante na vida da empresa e porquê?
A celebração do acordo de aquisição dos 100 por cento do capital da empresa foi um momento determinante. O modelo de governação sofreu uma disrupção com o passado recente, resultando num crescimento rápido da organização, sendo prova disso a entrada da Decskill no ranking “Inc 5000 Europe”.
Quais os principais desafios que as empresas tecnológicas em Portugal enfrentam nos próximos anos?
Na minha opinião, os maiores desafios das empresas tecnológicas serão ao nível dos Recursos Humanos, e esses desafios estão associados à reciclagem de colaboradores internos, retenção de talentos e federação de talentos globais.
Quantos colaboradores integram a empresa?
À data de hoje temos aproximadamente 200 colaboradores.
ual o perfil de colaborador que a empresa procura recrutar?
Procuramos, sobretudo, recrutar perfis tecnológicos, de preferência com conhecimento da cadeia de valor de empresas dos setores das telecomunicações, banca e ‘utilities’.
Quais as competências que mais valoriza?
As “soft skills”; estas competências de inteligência social e inteligência emocional permitem que as pessoas se adaptem ao seu ambiente de trabalho, consigam trabalhar bem com os outros, possuam capacidade de lidar com outras pessoas e uma atitude positiva.
Algum conselho que queira deixar aos atuais e futuros estudantes da área das Tecnologias de Informação?
A nível pessoal, é importante que os atuais e os futuros estudantes consigam viver a vida sem os dispositivos tecnológicos como bengala da sua felicidade. A nível profissional que entendam que a tecnologia é um meio e não um fim.
Qual a principal memória que tem da Universidade Portucalense?
Um sítio onde me sentia em casa. Na altura era a minha segunda família.