“TI são uma aposta com probabilidade de sucesso”
A “Comunica UPT” falou com um Inspetor de Finanças que exerce, atualmente, o cargo de Chefe de Equipa na área de “Controlo de Tecnologias e Sistemas de Informação” da Inspeção Geral de Finanças. Chama-se José António Oliveira e é licenciado em Informática de Gestão na Portucalense.
Comunica UPT: Quais as motivações que o levaram a estudar na Portucalense?
A qualidade do ensino da Portucalense, a qualidade do curso de Informática de Gestão da Portucalense e o nível de empregabilidade do curso.
Na altura sonhava com uma profissão em particular? Qual e porquê?
Na altura não tinha em perspetiva uma profissão específica. Contudo, como pretendia trabalhar na área de Informática/Sistemas de Informação, escolhi o curso de informática de gestão porque me pareceu ter as características necessárias para ter sucesso no mercado de trabalho e porque era um curso mais ligado ao ambiente empresarial, devido à componente de Gestão.
Quais as principais recordações que guarda deste período?
As noites passadas na universidade a estudar ou a fazer trabalhos em conjunto com os meus colegas de curso. Foram noites de grande camaradagem e entreajuda, bem como de algum divertimento.
Consegue caracterizar este ciclo da sua vida em poucas palavras?
Um ciclo muito exigente mas, pessoalmente, muito compensador.
Quais foram os principais ensinamentos que o curso lhe deu?
Para além de toda a base teórica, que, apesar da constante evolução nas tecnologias de informação, ainda hoje é muito útil, foi a capacidade de investigar e de aprender e aplicar coisas novas.
Após a licenciatura, como decorreu o seu percurso profissional?
Na conjuntura da altura não era fácil um recém-licenciado encontrar emprego. Contudo, ao fim de algum tempo e depois de ter feito um conjunto de provas de conhecimento bastante exigentes, entrei para a Inspeção-Geral de Finanças como Inspetor de Finanças, tendo progredido na carreira, ocupando hoje o cargo de chefe de equipa, com a responsabilidade de coordenar o trabalho das equipas de Auditoria a Sistemas de Informação. Foi um percurso exigente mas, pessoalmente, bastante recompensador.
Houve algum momento ou pessoa que o marcou em particular, quando entrou no mercado de trabalho? Se sim, poderá detalhar
O momento mais marcante aconteceu quando, pouco tempo depois de ter iniciado a carreira de Inspetor de Finanças, realizei a primeira auditoria a um Sistema de Informação. Nesse momento apercebi-me do nível de conhecimento e profissionalismo que é exigido nessa atividade.
No seu entender, o seu sucesso profissional fica a dever-se a…
A uma excelente base de conhecimento adquirido na licenciatura e no mestrado e também à capacidade e vontade de aprender e de acompanhar a evolução que se tem verificado nas Tecnologias de Informação, de forma a poder enfrentar os desafios que se têm colocado à auditoria, nomeadamente ao nível da segurança dos Sistemas de Informação.
Quais são os seus objetivos profissionais a curto e médio prazo?
Continuar a aprofundar os meus conhecimentos em segurança de Tecnologias e Sistemas de Informação e avançar para a certificação de “hacker ético”.
Quais as características que considera essenciais para vencer no atual mercado de trabalho competitivo e global?
Ter um bom curso superior, ter vontade de aprender e de se manter atualizado e a capacidade de aplicar o que aprendeu.
Como encara a saída de profissionais de elevado potencial pelo facto de não terem oportunidades de trabalho em Portugal?
Acho que é um movimento natural, nomeadamente no contexto da União Europeia. Os profissionais com potencial tendem a procurar as melhores condições para trabalhar e estas têm surgido tanto em outros países europeus como em países de outros continentes. É evidente que a saída de profissionais empobrece e diminui a competitividade do país. A conjuntura atual não ajuda, mas Portugal tem de mudar de paradigma e tornar-se competitivo ao nível do mercado de trabalho para conseguir manter os profissionais nacionais de elevado potencial e captar os profissionais de outros países.
No atual contexto de crise que afeta, em particular, o mercado de trabalho jovem, em que domínios devem investir os estudantes e recém-licenciados?
Pessoalmente, acho que a área das Tecnologias de Informação é uma aposta com forte probabilidade de sucesso no mercado de trabalho. Contudo, considero que devemos investir em domínios para os quais temos apetências, de que gostemos e que nos desafiem. De outra forma estamos a investir em algo que não nos é apelativo e que é forçado por uma conjuntura e que abandonaremos na primeira oportunidade, não permitindo atingir a excelência.
Quais os principais conselhos que daria a um recém-licenciado e a um profissional no ativo que procuram ser recrutados?
Elaborar um bom “Curriculum Vitae”, não desistir de procurar um trabalho que entusiasme e considerar procurar fora de Portugal.