“Voar é o melhor lugar”
José Viana licenciou-se em História em 1994, mas é no ar que se faz o seu percurso profissional. É piloto no Vietname, vive em Macau com a esposa Yilun e a filha Gabriela, e em agosto esteve no Porto a visitar a família, os amigos e a universidade.
Mais de 20 anos depois de se ter licenciado em História, regressou à Universidade Portucalense onde partilhou connosco um pouco da sua vida profissional “improvável” e ainda encontrou Isabel Freitas, sua docente durante o curso.
José Viana recorda que ainda teve a dúvida “História ou Direito”, mas venceu a História. Após a conclusão da licenciatura, seguiu-se uma formação em Hotelaria. Pouco tempo depois, um amigo de Braga, cuja mãe era professora em Macau, desafia-o: “Não queres ir para Macau?”
Tinha 24 anos, quando essa pergunta lhe abriu as portas ao mundo. “Naquela altura, os meus pais foram ao banco levantar 100 contos [500 euros atuais] e lá fui para o território que então ainda era português Macau. E como alguém que nunca tinha saído do Porto, lembro-me de ter dito à chegada: mas, isto é só chineses.”
Por “felicidade e sorte”, algumas semanas depois de estar em Macau, o jornal da cidade “Ponto Final” publicou um anúncio de recrutamento para o novo Aeroporto Internacional de Macau e pensou: “não seria uma má ideia!” Preparou o currículo e foi selecionado para fazer um curso Operações Aeroportuárias com a duração de quatro meses. Durante oito anos foi responsável por parquear aviões, fazer inspeções à pista ou calcular as taxas de aterragem.
Há dez anos atrás, com a ajuda monetária dos pais e apoio da mulher, realizou o sonho de ser piloto. Estudou na Austrália e foi para a Malásia e para a China profunda “ganhar horas de voo”. Seguiu-se a “Air Macau”, durante cinco anos, e a “Jet Star Pacific”, em Saigão, em fevereiro último. Atualmente, o mês de trabalho do José resume-se a “três semanas ‘on’ e uma semana ‘off’”.
“Ser piloto é muito atraente, mas há um outro lado – não se dorme todos os dias em casa, não se assiste aos primeiros passos dos filhos e todos os anos repetem-se exames médicos rigorosos. Apesar disso, voar é o melhor lugar.