‘Alumni’ cria filme de animação sobre Fátima

Rui Pedro Oliveira, CEO da Imaginew, entrou em 1991 na Universidade Portucalense para estudar Informática. Hoje, é o responsável pela criação de um filme de animação sobre as Aparições de Fátima aos três Pastorinhos que pode “ser visto dos 10 aos 100 anos”.

Comunica UPT: Em que momento e em que circunstâncias nasceu a ideia de fazer um filme sobre Fátima?

Rui Pedro Oliveira: A ideia surgiu numa viagem de regresso dos Estados Unidos da América. À vinda para o Porto, após uma escala em Lisboa e num dia especial para mim, decidi passar por Fátima. Ao falar com 250 sul coreanos que lá se encontravam propositadamente tendo fretado um ‘charter’, percebi que Fátima tinha mito mais no mundo do que imaginava. Achei que a melhor forma de mostrar que não há nenhuma lei que determine que Portugal não pode competir a nível mundial, em qualquer área, neste caso histórica, patrimonial, musical, informática e cinematográfica, seria fazer algo diferente que ficasse como legado. Daí nasceu um projeto de animação.

Este projeto foi desenvolvido ao longo de quanto tempo e onde?

Este projeto tem sensivelmente dois anos e será concluído em 2017, ano do centenário das Aparições de Fátima. A nível de produção, divide-se entre o Porto e Varsóvia, e a nível de promoção, já visitou fisicamente quatro continentes.

Quantas pessoas estiveram envolvidas?

Em Portugal estão afetas 35 e na Polónia cerca de 50, o que perfaz um total de 85 pessoas alocadas ao projeto.

O que pretendia com este projeto?

O objetivo é deixar uma marca portuguesa forte a nível mundial, não por mim que não percebia quase nada de como fazer um filme, mas por acreditar que o país e o tema merecem ser tratados e recordados com alegria, boa disposição e não como um povo soturno e tristonho. Não somos assim.

Quais foram as maiores surpresas que encontrou ao longo deste trabalho?

Encontrei muitas surpresas positivas e negativas. Como temos alguma facilidade, principalmente mental, em transformar coisas negativas em positivas, tomo sempre as menos positivas como avisos à navegação que precisam de ser rapidamente mudadas e transformadas em algo de bom. A maior surpresa é ver a felicidade à segunda-feira de manhã, quando fazemos reuniões preparatórias semanais e, isso sim, envaidece-me como gestor. É uma relação de dar e receber – intangível no bem-estar e tangível nos resultados.

Qual o “feedback” que tem recebido?

O “feedback” tem sido muito bom e incentivador em todos os quadrantes – pessoais, profissionais, culturais, políticos e académicos. No entanto, sei que naturalmente não estarei imune às críticas que irão surgir, mas ninguém nos faz sentir inferiores se não tiverem o nosso consentimento, por isso não estou preocupado.

Como define este filme?

Um filme animado, cómico e emotivo, de aventura e melomania, que retrata os valores atuais. É um filme que valoriza os valores da tolerância, da amizade, da paz e do respeito, os valores de Fátima, aliás.

Em que medida o seu percurso académico o influenciou ou ajudou neste projeto?

A minha área de estudos é Informática. Apostei também em cursos de pós-graduação na área de Gestão e um ‘Executive Master’ em Marketing. Admito que o pragmatismo das engenharias, aliado à eficácia da Gestão com a criatividade do Marketing, tenha contribuído para este resultado. No entanto, mais do que um percurso académico, o percurso relacional, as pessoas, as novas realidades vividas são sempre muito mais influentes.

Naturalidade: Porto

Hobbies: Caminhadas, Mar, Leitura, Música, Viajar e Escrever.

Livro de referência: “Se isto é um homem” de Primo Levi.

Lema de vida: Rir, dar, receber e divertir.

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